Uma esperança, pequena, caminhando na tela brilhante à minha frente.
Tudo em volta é escuridão.
Me pergunto se eu devo esmagá-la.
Se vai demorar até ver outra.
Eu a toco, mas não a esmago.
Pesada pra algo tão pequeno. Forte.
(Resista!)
Ela pousa no meu dedo indicador, me assusta,
volta pra tela de fundo branco
e continua a desenhar algo sem sentido.
(Acredite!)
Eu a derrubo para a sombra, torcendo para que morra sem que eu saiba.
Mas ela logo volta.
Se aquecendo numa luz falsa, insistindo em se mostrar pra mim.
Ela some, mas é como se estivesse lá.
Volta.
Por quê?
(Estou aqui, apesar de tudo!)
Com alguma pesquisa, descubro que não é uma esperança, mas uma pequena praga.
Ainda assim, não quero matá-la.
(Acredite!)
Espalho suas entranhas pela minha mesa com a ponta do lápis,
separo sua cabeça do corpo e encaro seus olhos espalhados.
Era dura, não gritou, não acreditou que eu faria.
Eu fiz.
E atirei seus restos no chão empoeirado.
E atirei seus restos no chão empoeirado.
(Silêncio.)
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